domingo, 1 de maio de 2016

Santo Atanásio - 2 de Maio



Santo Atanásio, Bispo e Doutor da Igreja

Sua atuação foi primorosa tanto pela lucidez de sua doutrina quanto pela argumentação bíblica apresentada

Atanásio nasceu em Alexandria, no Egito, em 296. No ano de 325, deu-se o I Concílio Ecumênico, em Niceia, para definir a doutrina autêntica contra a heresia tão capciosa dos arianos, a qual fazia de Jesus uma criatura inferior a Deus Pai. Atanásio participou do Concílio na qualidade de assessor do seu bispo, embora fosse somente diácono na época.
O Arianismo foi condenado e deu-se a definição solene do Credo, o qual nós rezamos até hoje. A atuação de Atanásio foi primorosa tanto pela lucidez de sua doutrina quanto pela argumentação bíblica apresentada. Os erros dos arianos foram por ele refutados com tanto brilho, clareza e evidência, que causou admiração a todos.
Atanásio foi o sucessor do bispo de Alexandria, embora tivesse apenas 31 anos, e dirigiu a Igreja de Alexandria por 46 anos, período de muito sofrimento e perseguição. Os arianos não lhe deram descanso e, com o apoio do imperador, espalharam muitas calúnias contra Atanásio, que por cinco vezes teve de fugir de sua sede episcopal.
Refugiava-se no deserto onde conheceu e conviveu com o grande Santo Antão. Durante cinco anos ficou lá escondido, saindo somente à noite para dirigir sua igreja e consolar seus fiéis. Atanásio foi firme e inquebrantável com seus numerosos escritos. Manteve viva a fé no Verbo Encarnado.
Faleceu reconhecido por toda a Igreja, com 77 anos. E como reconhecimento de seu trabalho, fidelidade e fundamentais obras escritas para a Santa Igreja foi declarado Doutor da Igreja.
Santo Atanásio, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova em 2016

Santo Atanásio, bispo de Alexandria no Egito e doutor da Igreja


Desde a infância, Atanásio estava convencido de que um bom teólogo deve necessariamente ser também um bom cristão, um santo. E os contactos com António Abate, patriarca do monaquismo, foram-lhe de grande conforto, porque compreendeu como este homem pobre e isolado sabia muito mais e muito melhor do que muitos eruditos da cidade: «Além do estudo e verdadeiro conhecimento das Escrituras c ‘uma vida justa e uma alma pura e virtude segundo Cristo são necessárias para que, caminhando na virtude, o intelecto possa alcançar e entender o que deseja, tanto quanto a natureza humana pode entender de Deus o Verbo. De fato, sem um intelecto puro e uma vida modelada nos santos, não se pode entender as palavras dos santos… Portanto, quem quiser entender o pensamento dos teólogos deve purificar a alma…” .

A coragem dos mártires, a fraqueza dos lapsi

Nascido em Alexandria por volta de 295 em uma família cristã, recebeu uma boa educação cultural. A sua infância coincidiu com a perseguição de Diocleciano (303-313) e Atanásio pôde admirar, por um lado, a coragem dos mártires e, por outro, a falta de coragem, ditada pela debilidade humana, dos lapsi, os “recaídos “, pronto para sacrificar aos deuses diante do perigo, e depois pedir para ser readmitido na comunhão com a Igreja, a perseguição acabou.

A Trindade: Deus uno e trino

Atanásio viveu tempos difíceis. Por um lado, a Igreja acabava de sair de um duro período de perseguições e ainda não encontrava uma correta relação com a autoridade imperial, visto que esta ainda influenciava as nomeações, as convocações dos Concílios e Sínodos e as formulações doutrinárias; por outro lado, surgiram incompreensões doutrinais que ameaçavam comprometer toda a experiência cristã, especialmente com o arianismo (de Ario, sacerdote da igreja de Alexandria). De fato, na cultura grega, acreditar no único Deus não era um problema: no entanto, tratava-se de ajudar os novos cristãos a compreender que Deus era Uno e Trino. A difusão de tal “doutrina” teria significado transmitir a mensagem de que a salvação pode ser alcançada com as próprias forças e, portanto, tornaria inútil a encarnação.

O Concílio de Nicéia

Em 325, como diácono, participou do Concílio de Nicéia como assistente do bispo Alexandre. Aqui foi abordada a questão de Ário, e os Bispos presentes proclamaram solenemente que o Filho é ” da mesma substância que o Pai “. Em 328, o bispo Alexandre morreu e Atanásio tornou-se seu sucessor. Como Bispo, ele decidiu visitar os monges de São Pacômio na Tebaida: Atanásio, de fato, sabia que o monaquismo poderia oferecer uma grande contribuição para o povo. No entanto, Pacômio não compareceu àquela visita porque temia ser ordenado sacerdote e se ver envolvido no compromisso pastoral de seu amigo Atanásio, que o entendia cordialmente.

Os meletianos e a defesa de Atanásio

Durante a visita às várias comunidades, os meletianos (discípulos do bispo Meletius de Licopolis – +328) liderados por Giovanni Arkaf, acusaram-no perante o imperador de se ter ordenado bispo muito jovem e de ter imposto tributos injustos aos cristãos. Não foi difícil para Atanásio defender-se das acusações, mas estas foram apenas o prelúdio do que ainda estava para acontecer. No final de 332, ele foi acusado de ter mandado matar o bispo Arsênio de Ipsele, enquanto ele estava simplesmente escondido em um mosteiro de monges e apareceu vivo e bem no tribunal. Foi um grande revés para os acusadores de Atanásio.
Nem os arianos pararam de lhe dar problemas. Os melecianos submeteram-lhe um documento com a fórmula da fé para ser assinado: aparentemente poderia parecer ortodoxo, mas faltava a expressão “da mesma substância”. O imperador pediu a Atanásio que readmitisse Ário, mas depois de ler o documento, o bispo recusou. Neste ponto, em 335, os bispos arianos e meletianos convocaram um Concílio em Tiro que – em face da maioria controlada de arianos e meletianos – decretou o exílio de Atanásio. Nesse ínterim, Giovanni Arkaf havia sido nomeado bispo em Alexandria, mas sua presença não durou muito porque logo foi expulso pelos próprios cristãos. A partir desse momento a cátedra de Alexandria não foi ocupada por outros bispos heréticos, pois os cristãos da cidade reconheceram apenas Atanásio como seu bispo.

A disputa entre os arianos e Atanásio

Após a morte de Constantino em 337, Atanásio – com o consentimento dos imperadores do Ocidente e do Oriente – retornou a Alexandria. Mas mais uma vez os arianos se opuseram e convocaram outro concílio para discutir a posição de Atanásio; neste ponto, ele se aposentou com os monges. O Papa Júlio I, sabendo onde ele estava, convocou-o a Roma para o Concílio Romano, durante o qual Atanásio foi declarado inocente. Porém, impossibilitado de retornar a Alexandria, pôde ensinar com suas catequeses – entre 339 e 346 – que o perigo do arianismo esvaziava a fé cristã. Ao mesmo tempo, difundiu a experiência do monaquismo como prova de que tudo é graça, tudo é dom de Deus para quem nele acredita e se confia a ele.

O retorno de Atanásio a Alexandria

Somente em 346, após o Concílio de 343 na atual Sofia, o bispo de Alexandria foi declarado deposto e Atanásio convidado a retornar, o que acontecerá apenas três anos depois, em meio a grandes comemorações. Gregory Nazianzen conta que ao entrar em Alexandria, na frente de seu pastor, as pessoas jogavam seus mantos e palmeiras no chão. A ação pastoral de Atanásio soube conquistar corações e mentes, como ele mesmo escreverá na História dos Arianos contada aos monges : “Quantas mulheres em idade núbil, já preparadas e decididas para o matrimônio, permaneceram virgens para Cristo! Quantos jovens, vendo seu exemplo, abraçaram a vida monástica! Quantos pais persuadiram seus filhos e quantos filhos convenceram seus pais a não abandonarem a vida cristã…”. São Basílio, que naqueles anos iniciava o seu ministério episcopal, reconheceu no já idoso Atanásio o único capaz de dialogar com todos, porque ninguém como ele “tinha a solicitude de todas as Igrejas”. Quando ele morreu em 2 de maio de 373, Basílio o lembrou como uma “alma grande e apostólica”.

Santo Atanásio, bispo de Alexandria no Egito e doutor da Igreja, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 3 de maio:

1 - Em Florença, na Itália, o Santo Antonino Pierozzi, bispo desta cidade. († 1459)
2 - Em Sevilha, na Espanha, o Beato Bernardo de Sevilha, comandante do convento mercedário de Sant’Eulália desta cidade. († 1440)
3 - Em Varsávia, na Polonia, o Beato Boleslao (Boselao) Strzelecki, presbítero e martire. († 1941)
4 - Em Sellenbüren, na Suíça, o Beato Corrado di Sellenburen, monge e martire . († 1125)
5 - Em Antalya, na Panfília, os Santos Hesperus, Zoe, Cyriacus e Theodulus, mártires de Attalia († 120)
6 - Em Andaluzia, na Espanha, o Santo Félix de Sevilha, diácono e mártir. († sec. 4)
7 - O Beato Giovanni de Verdegallo, comandante do convento mercedário. († sec. XIV-XV)
8 - Em Aranjuez, na Espanha, o Santo Giuseppe Maria Rubio Peralta , fundador dos Jesuítas. († 1929)
9 - Em Clonmel, na Irlanda, o Beato Guglielmo Tirry, sacerdote agostiniano e martire. († 1654)
10 - Em Sardenha, na Itália, o Santo Guisitano, martir decapitado. († 1616)
11 - Em Krzydlina Wielka, na Polonia, a Beata Maria Acutina (Helena) Goldberg, martir. († 1945)
12 - Em Linköping, na Suécia, o Beato Nicola Hermansson Vescovo,  Bispo. († m. 1391)
13 - Em San Bartolo, Pesaro, na Itália, o Beato Pietro Gualcerano. († 1418)
14 - Em Bologna, na Itália, a Beata Sandra Sabattini, virgem e leiga. († 1984)
15 - Em Brantôme, na França, o Santo Sicario, mártir venerado.
16 - O Santo Ultan di Fosses, monge missionário e abade. († sec. 6º-7º)
17 - Em Borgonha, na França, o Santo Valdeberto,  . († m. 665/670)
18 - Em Córsega, Ilha da Beleza, na França, os Santos Vendemiale, Fiorenzo, Eugenio e Longino, bispos e mártires. († m. 483)
19 - Em San Gallo, na atual Suíça, a Santa Viborada (ou Wiborada), Virgem e mártir. († 926)

Fontes:
Dicastério para as Causas dos Santos
Santiebeati

– Pesquisa, produção e edição: Leonardo Girotto

Santo Atanásio

Santo Atanásio
Doutor da Igreja
296+373

Houve o dia em que a Igreja se viu livre da perseguição mortal dos pagãos. Foi no ano 313 e o famoso Edito de Milão transformou o cristianismo de perseguido a favorecido pelos imperadores romanos. Mas a luta não terminou aí, pois na mesma época a semente da discórdia foi plantada no interior do catolicismo, com a heresia de Ário. Foi então que a fé extrema e a dedicação na defesa da divindade de Cristo transformaram Atanásio, o bispo de Alexandria, no mais vigoroso combatente dos hereges.
Atanásio nasceu no Egito em 296, filho da cidade da qual seria o bispo mais lembrado. Ainda adolescente, foi considerado um dos homens mais inteligentes de Alexandria entre as celebridades que ali vivam. Ingressou na Igreja por meio do bispo Alexandre. Na qualidade de seu assessor especial, embora fosse apenas diácono, Atanásio participou do Concílio de Nicéia, em 325, e passou para a história da Igreja.
Em todos os registros sobre esse Concílio, que definiu o arianismo como heresia, o nome de Atanásio é o mais citado. O arianismo negava a santidade de Jesus. Considerava-o apenas "uma criatura do Pai" e não parte dele, equivalente a ele. Atanásio foi um dos responsáveis na luta para que a Igreja retomasse o caminho apontado e definido pelos apóstolos. Conta-se que os seus discursos empolgantes, com uma argumentação bíblica brilhante e a lucidez de sua doutrina, foram essenciais na defesa e manutenção da ortodoxia cristã. Apontou um por um os erros históricos e dogmáticos dos hereges, conquistando a vitória para a causa católica e, conseqüentemente, o ódio profundo dos arianos.
Atanásio foi um religioso muito atuante, discípulo e contemporâneo de figuras muito importantes do clero que a Igreja honrou com a veneração nos altares. Quando morreu o bispo Alexandre, tanto o povo como o clero apontaram Atanásio como seu sucessor. Seu bispado durou quarenta e seis anos, recheados de perseguição e sofrimento. Apoiados pelo imperador, os arianos espalharam calúnias incríveis. Atanásio sofreu cinco exílios seguidos, intercalados com fugas e com afastamentos por vontade própria, que suportou com paciência e determinação. Foi assim que conheceu santo Antão, de quem escreveu a biografia, contando também como era a vida monástica no deserto, o que atraiu muitos cristãos aos mosteiros eremitas.
Atanásio morreu, com setenta e sete anos, no dia 2 de maio de 373. Logo depois, foi inserido entre os celebres "Padres da Igreja", sendo canonizado e declarado "doutor da Igreja". Sua festa litúrgica é celebrada no dia de sua morte em todo o mundo cristão.
Fonte: Paulinas em 2014

Santo Atanásio


Chegou o dia em que a Igreja se viu livre da perseguição mortal dos pagãos. Era o ano 313 e o famoso Edito de Milão transformou o cristianismo, de perseguido a favorecido pelos imperadores. Mas a luta não terminou, pois na mesma época a semente da discórdia foi plantada no interior do catolicismo, com a heresia do arianismo. Foi então que a fé extrema e a dedicação na defesa da divindade de Cristo transformaram Santo Atanásio, o bispo de Alexandria, no mais vigoroso combatente dos hereges.
Atanásio nasceu no Egito em 296, filho da cidade da qual seria o bispo mais lembrado. Ainda adolescente foi considerado um dos homens mais inteligentes de Alexandria entre os gênios que ali vivam. Ingressou na Igreja por meio do bispo Alexandre. Na qualidade de seu assessor especial, embora fosse apenas diácono, Atanásio participou do Concílio de Nicéia, em 325, e passou para a história.
Em todos os registros sobre esse concílio, que definiu o arianismo como heresia, o nome de Atanásio é o mais citado.
O arianismo negava a divindade de Jesus. Considerava-o apenas "uma criatura do Pai" e não parte Dele, equivalente a Ele. Atanásio foi um dos responsáveis na luta para que a Igreja retomasse o caminho apontado e definido pelos apóstolos. Conta-se que seus discursos empolgantes, com uma argumentação bíblica brilhante e a lucidez de sua doutrina foram essenciais na defesa e manutenção da ortodoxia. Apontou um por um os erros históricos e dogmáticos dos hereges, conquistando a vitória para a causa católica e, conseqüentemente o ódio profundo dos arianos.
Quando morreu o bispo Alexandre, tanto o povo como o clero apontaram Atanásio como seu sucessor. Seu bispado durou quarenta e seis anos recheados de perseguição e sofrimento. Apoiados pelo imperador, os arianos espalharam calúnias incríveis. Atanásio sofreu cinco exílios seguidos, intercalados com fugas e desterros de vontade própria, que suportou com paciência e determinação. Foi assim que conheceu Santo Antão, de quem escreveu a biografia, contando também como era a vida monástica no deserto, o que atraiu muitos cristãos aos mosteiros eremitas.
Santo Atanásio morreu com setenta e sete anos, recebendo logo depois o título de "Doutor da Igreja".
Fonte: Catolicanet em 2014

Santo Atanásio

Santo Atanásio foi desterrado cinco vezes por defender a religião. Nasceu na Alexandria, Egito, no ano de 297. Sendo ainda criança no ano 311, presenciou o martírio do seu bispo Pedro de Alexandria e de outros cristãos, mortos na perseguição que realizaram os pagãos. Logo soube com alegria que no ano 313 o imperador Constantino declarava a liberdade religiosa para os cristãos.
Com grandes qualidades para a oratória e uma brilhante inteligência, se dedicou a preparar-se para o sacerdócio, e sendo diácono foi escolhido como secretário de Alexandre, arcebispo de Alexandria. Aos 23 anos escreveu seu primeiro livro sobre a Encarnação de Jesus Crsto.
Naquele tempo apareceu em Alexandria um herege chamado Arrio, que negava a natureza divina de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Atanásio se dedicou a combater este heresia. Colaborou para que os bispos do mundo se reunissem para discutir sobre esta heresia que tanto dano estava causando à Igreja. Assim, realizou-se o Primeiro Concílio, o Concílio de Niceia, no ano 327, onde condenaram a Arrio e decretaram que deveria ser derrotado. Santo Atanásio compareceu a este Concílio como secretário e conselheiro do seu bispo Alexandre.
Foi o bispo mais famoso do seu século. Teve que viver em uma época sumamente difícil e combater contra os inimigos da Verdade. Em seus 45 anos de sacerdócio não deixou nunca de predicar em favor de Jesus Cristo. Morreu no dia 2 de maio do ano 373, aos 76 anos.
http://www.acidigital.com/santos/santo.php?n=293

Santo Atanásio, Bispo e Doutor da Igreja



Comemoração litúrgica: 02 de maio.

Também nesta data: Santos Germano e Zoé

Alexandria é a terra que deu à Igreja este grande doutor e defensor da doutrina católica. Atanásio nasceu em 296. Dotado de inteligência raríssima, fez Atanásio rápidos progressos nas ciências divinas e profanas. À medida que os conhecimentos se alargavam, mais se lhe solidificavam as virtudes e a piedade. O desejo de vida perfeita levou-o à solidão de Santo Antão, na companhia do qual passou dois anos, até que o seu antigo mestre Santo Alexandre, que havia sido elevado à dignidade de Patriarca, chamou-o para perto de si, a fim de se lhe aproveitar do talento, na luta contra os hereges.
Quando se realizou o concílio de Nicéia, Atanásio, sendo apenas Diácono, acompanhou o Prelado para aquela eminente demonstração de fé Católica. Os erros arianos foram por ele refutados com tanto brilho e clareza, que causou admiração de todos os assistentes. Seu discurso foi um triunfo para a causa católica, conquistou-se-lhe também o ódio dos arianos, que lhe declararam implacável guerra, a começar daquele momento, até o dia de sua morte.
Prevendo o próximo desenlace fatal do Patriarca Alexandre, Atanásio esquivou-se da mais que provável eleição e fugiu para Alexandria. Santo Alexandre, conhecendo o plano do amigo, declarou-lhe que de nada adiantava prosseguir na sua humilde trama, pois que não se livraria do cargo de futuro patriarca.
Efetivamente foi eleito Atanásio sucessor de Alexandre e só seis meses depois da eleição, lograram os fiéis descobrir o esconderijo do novo Pastor. De nada lhe valeram as desculpas inspiradas pela humildade, pois que o povo conduziu-o como que em triunfo à capital e Atanásio, se bem que em lágrimas, tomou posse do cargo.
O governo sapientíssimo, enérgico e resoluto que teve a diocese, é prova patente de sua administração, elevando-o à sede patriarcal de Alexandria.
Os arianos não viram de bons olhos este estado de coisas e, como se lhes não fosse possível reverter a eleição de Atanásio, recorreram à vil calúnia, para desta maneira lhe destruir o prestígio junto do Imperador. Este convocou um concílio na cidade de Tiro para que Atanásio respondesse às acusações levantadas. A Assembléia compunha-se na maioria de bispos arianos, portanto de inimigos de Atanásio que, ainda assim, compareceu à audiência.
A primeira acusação foi feita por uma mulher paga pelos inimigos do patriarca, a qual , em plena assembléia, dirigiu-se erroneamente em acusações para o Secretário Timóteo , pensando ser este Atanásio, já que não o conhecia pessoalmente. Timóteo, após receber as acusações em rosto disse: "Como eu teria entrado em tua casa? Teria te feito propostas indignas?" Ela, mediante juramento, corroborou suas palavras. Diante desta cena e bem que contrafeita, a assembléia toda declarou a inocência de Atanásio.
Recorreram os inimigos a uma outra astúcia que, segundo lhes parecia, não havia de falhar. Espalharam o boato de ter Atanásio assassinado um bispo de nome Arsênio, cuja mão direita levava consigo para fazer obras de feitiçaria, chegando mesmo a apresentar uma caixa com a tal suposta mão, que diziam ser do bispo assassinado. Atanásio, tendo absoluta certeza de que o tal bispo Arsênio estava vivo, localizou-o e pô-lo a par do que se tratava, convidando-o a vir até Tiro.
Em uma das sessões que tratava da questão de Arsênio, Atanásio perguntou aos bispos arianos presentes, um por um, se conheciam Arsênio, quando alguns deles responderam afirmativamente. Era o momento escolhido por Atanásio para desmascarar e humilhar os seus inimigos. A um sinal, abriu-se a porta da sala e entrou Arsênio, dando com sua presença, testemunho da inocência de Atanásio.
Mesmo assim, enfurecidos contra o Patriarca, tanto insistiram ao Imperador Constantino, que este determinou o exílio de Atanásio para Treves. Lá foi recebido pelo Bispo (São Maximiliano) com todas as honras e, as notícias recebidas por Atanásio de Alexandria, davam conta de que os fiéis cada vez mais rejeitavam toda e qualquer comunicação com a igreja ariana. Diversos pedidos foram feitos ao Imperador para a reabilitação do Patriarca, que não foram atendidos, sob a alegação de que não poderia interferir numa decisão do concílio.
O Imperador Constantino morreu em 12 de Maio de 337. No leito de morte, depois de ter recebido o santo Batismo, reconheceu a inocência de Atanásio e decretou-lhe a volta para Alexandria. Só em 388 foi executada esta ordem.
O império foi dividido entre os três filhos de Constantino: Constantino, Constâncio e Constante. O primeiro, Constantino, a quem coube a parte da Gália, deu liberdade a Atanásio, o qual em triunfo foi recebido na sua metrópole, Alexandria.
Os arianos, não descansaram, e armaram novas perseguições a Atanásio. Alegando que as decisões de um concílio só poderiam ser alteradas por outro, com consentimento do Imperador do Oriente, recorreram à Constâncio e, convocando um novo concílio, fizeram eleição de um novo bispo de Alexandria. . O eleito era o sacerdote ariano, Gregório.
Diante disso, Atanásio dirigiu-se à Roma e invocou a autoridade do Papa Júlio, o qual pessoalmente presidiu o concílio de Sárdica, bem como um sínodo convocado pelos imperadores católicos Constantino e Constante, que reconheceram e confirmaram Atanásio como legítimo Patriarca de Alexandria. Uma carta de Constante dirigida a Constâncio, em tom ameaçador, fez com que este respeitasse as deliberações dos concílios católicos e restabelecesse Atanásio no uso dos seus direitos.
Morreu Constante e desencadeou-se nova tempestade contra Atanásio. Constâncio, cedendo às exigências dos Arianos, acabou cedendo, tendo sido convocado o concílio de Milão pelos arianos, que novamente condenou Atanásio e exigiu da Igreja de Alexandria a agremiação à seita ariana. Foram cometidas tantas atrocidades e crueldades que Atanásio fugiu e permaneceu exilado por cinco anos numa cisterna seca, ao abrigo de um amigo, período em que escreveu as obras mais importantes contra a seita ariana. Somente por ocasião da morte de Constantino, foi-lhe permitido voltar à Diocese por um decreto de Juliano, o Apóstata, que deu liberdade a todos os bispos católicos exilados. Não tardou , porém, nova perseguição e, Atanásio, para não cair nas mãos dos inimigos que lhe queriam a morte, procurou salvação na fuga, navegando o Santo para o exílio. Só durante o governo de Joviano foi concedida paz e prosperidade para a fé católica, por um período de três anos.
O Sucessor de Joviano, Valente, empregou novamente medidas extremas contra os bispos católicos, mandando-os para o exílio. Atanásio, escondeu-se no túmulo do pai, por um período de quatro meses. Foi esta a última perseguição sofrida pelo grande Bispo. As autoridades, receando uma revolução em Alexandria caso não fosse reconduzido, chamaram de volta Atanásio, que dirigiu a diocese até à morte. Em 373 foi o grande propugnador da Igreja Católica, receber a recompensa na eternidade. São Gregório Nazianzeno, diz: "Atanásio, foi uma coluna da Igreja e o modelo dos Bispos". Ortodoxo era aquele que confessava a doutrina de Atanásio.
Reflexões:
1. A vida toda de Santo Atanásio consumiu-se na luta contra os hereges. Hereges houve sempre, ainda existem e sempre os haverá. Quem observa bem o movimento das heresias, na história da Igreja, facilmente chega a descobrir os seguintes característicos, que estigmatizam os hereges e suas obras:
- Vestem-se sempre da capa da virtude e santidade para enganar os incautos. São Bernardo caracteriza os maniqueus do seu tempo com as seguintes palavras: "Tem costumes ilibados: não oprimem a ninguém; a ninguém fazem mal; o rosto denuncia-lhes mortificação e jejum; não são ociosos e ganham honestamente a subsistência".
- São inimigos da autoridade da Igreja e tudo fazem para subminá-la. Dizem ser a Igreja retrógrada, inimiga da ciência, do Progresso, obscurantista. Segundo eles, o Papa, é "conservador", ultrapassado e não adapta a Igreja à nova realidade do mundo".
- "A seu bel prazer interpretam as palavras da Sagrada Escritura - diz Santo Ambrósio - para, sob a capa de santas citações com mais facilidade poderem inocular o veneno dos erros". Também o demônio sabe citar lugares bíblicos.
2. Para justificar sua conduta, proferem mil acusações e queixas contra a Igreja Católica: dizendo que é ambiciosa, despótica, os bispos são amigos do luxo, ninguém há mais orgulhoso que os Cardeais; hipócritas são os sacerdotes e os religiosos. Não há heresia que não toque nesta tecla batidíssima.
Oração:
Deus eterno e todo-poderoso, que nos destes em Santo Atanásio um exímio defensor da divindade de vosso Filho, concedei-nos, por sua doutrina e proteção, crescer continuamente no vosso conhecimento e no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Fonte: Página Oriente em 2016

São Atanásio

NascimentoNo ano de 295
Local nascimentoAlexandria (Egito)
OrdemBispo
Local vidaEgito
EspiritualidadeSanto Atanásio, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja, presenciou ainda jovem ao Concílio de Nicéia, onde foi definida a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, consubstancial ao Pai. Toda a vida de Santo Atanásio resume-se na proclamação dessa grande verdade de fé contra a heresia ariana, que chegou a dominar a hierarquia eclesiástica de quase todo o mundo. Como bispo de Alexandria, durante 45 anos combateu arduamente pregando e por meio de escritos. Sofreu por essa razão cruéis perseguições e calúnias, sendo cinco vezes desterrado de sua pátria, refugiando-se em desertos. Em uma dessas ocasiões, esteve com Santo Antão, cuja vida ele escreveu mais tarde. Santo Atanásio é uma figura de proa na luta contra as heresias que se abateram sobre a Igreja a partir do Edito de Milão (313). A Igreja viu-se obrigada a refletir de modo sistemático a fé recebida dos apóstolos, a formular com mais precisão os dogmas a respeito da divindade de Cristo. Atanásio foi o pivô de toda a discussão, preservando intacta na Igreja esta verdade teológica: Cristo é verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus.
Local morteEgito
MorteNo ano 373, aos 78 anos de idade
Fonte informaçãoSanto nosso de cada dia e webcatolica
OraçãoDeus, nosso Pai, cremos com toda a mente e com todo o coração que Jesus, vosso Filho, é verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus. É o "Verbo de Deus que se fez carne e habitou entre nós ...". É a Ternura e a Misericórdia do Pai manifestada aos homens, aos homens de boa vontade, amantes da justiça e da verdade. É o Ressuscitado que caminha junto com o povo na sua luta de libertação, continuamente nos convocando à comunhão e à fraternidade. Pelo seu Espírito confessamos: Jesus é o Senhor.
DevoçãoÀ divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo
PadroeiroDos perseguidos pela fé
Outros Santos do diaVindemial (bispo), Félix, Flamília, Saturnino, Neópolo, Germano e Celestino, Exupero, Zoé, Ciríaco e Teódulo, Florêncio, Eugênia e Longinos (mártires); Antonio (conf); Daniel e Raquele (monge).
Fonte: ASJ em 2014

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